terça-feira, 4 de janeiro de 2011


Comecei o ano de 2011 indo a um concerto de flautas no CAUA. As operetas de Brahms, Bizet e Bach me machucaram bem a alma. Depois - é claro - fui ao Bar Castelinho rever alguns amigos de copo. Não consegui digerir legal a cerveja por senti-la terrivelmente quente. As pessoas que me cumprimentavam conseguiam se tornar insuportavelmente desnecessárias. Pensei em ir mais cedo para casa. Agora que estou morando longe, minha rotina mudou consideravelmente. Tornei-me um boemio diurno. O que não deixa de ser interessante. Tentei falar tolamente com alguem sobre o romance novo que estou escrevendo e ele resumiu tudo: "FraNZ é você: Homossexual e jogador. Sua noção de tempo é imperfeita." As coisas iam me irritando a medida que o tempo ia me engolindo. Fiquei um pouco sozinho no balcão olhando para uma hélice branca e enferrujada e comecei a duvidar de tudo. Até de mim mesmo. Eu era agora um espelho branco e de repente não existia nada do outro lado daquele espelho branco. A canção que eu ouvia era estranha e vazia. Puta de uma segunda feira. O dia é uma grande arena de morte. Um dia voce tá lá no meio dos porcos. Você tem quarenta e um e não mais vinte ou trinta e poucos. Tudo vai ficando para trás como poeira. Você tá lá simplesmente rindo no meio dos porcos, sendo como eles, morrendo como eles, sem esperanças ou com alguma esperança morta. Pasarinho machucado. Ninguém sabe o rumo da bala. Deus está lá em cima de nós com seu grande estilingue pronto para nos acertar e depois ir dormir ou se masturbar. A morte dança alegre e eu flerto com ela nos meus sonhos acordado.
não aguento mais isso aqui!

paguei a conta e caí fora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário