sábado, 25 de dezembro de 2010


Vou fechando este ano trabalhando na minha mais nova novela chamada O HOMEM QUE PERDEU O CU. Tenho me concentrado e trabalhado nela com uma certa exaustividade. Na verdade, ela faz parte da segunda trilogia que denominei de trilogia dos órgãos e que se iniciou com O Homem com a Abertuna na Testa, segue com a odisséia do Cu, e terminará supostamente na Saga do Pênis. é prazeroso e muito divertido trabalhar na literatura esses elementos falocráticos do corpo e que acabam se personificando, criando uma identidade própria. É claro que não é nenhuma novidade, Rabelais já havia trabalhado isso em uma de suas obras, William Burroughs também já havia dado vida ao Cu, cada um - é claro - com sua maneira irônica e critica e também sagaz de abordar a questão. O Homem que Perdeu o Cu é uma novela que não segue um fluxo linear estrutural. É um texto onde pela primeira vez eu o desconstruo do começo ao fim. Costumo dizer, um FLUXO-ALUCÍNOGENO-DEVANEIATIVO, ONDE PELA PRIMEIRA VEZ, eu consigo me perder e me achar de verdade dentro dos meandros dadaístas daquilo que vou criando de um fôlego único. É como o FraNZ, - protagonista desta novela que diz a certa altura de um dos capítulos: escrever é perder-se. Abaixo um trecho da novela:

"FraNZ estava ali para ver um pouco de gente e tentar quem sabe escrever um pouco. FraNZ anda com a porra da sua novelamaluca empancada há trës semanas desde que mudou-se para aquele bairro novo e ele não consegue retomar o fio de ariadne, mas sabe, NO DURO, considero o que FraNZ anda escrevendo uma espécie de FLUXO-ALUCÍNOGENO-DEVANEIATIVO e penso eu que a intenção de FraNZ é essa mesmo, perder-se nos labirintos da criação, então porque raios preocupar-se com o fio de ariadne para lhe conduzir se, escrever é perder-se, ESCREVER É PERDER-SE, BINGO!"

elogoabaixo um breve apelo a Dadá enquanto as ideias não vem

"DIONISIO NÃO TEM ROSTO NINGUÉM TEM ROSTO EU PROCURO MEU ROSTO NO MEIO DE UMA MULTIDÃO DE ROSTOS E SOU MESMO UM ESQUELETO DE PAPAGAIO DE CARNE PRESO AOS FIOS DE ALTA TENSÃO QUE OLHO AGORA E QUE O VENTO DE DOMINGO SOPRA SÁBADO NÃO E QUANDO SUA SOMBRA SE PERDE DE VOCÊ NÃO ADIANTA IR MAIS EM BUSCA DELA POR ISSO FICO DAQUI PENSANDO DA MINHA SACADA NA MINHA BOSTA DE VIDA ENSACADA QUE SOU MESMO ESSE ESQUELETO DE PAPEL DE CARNE PRESO AO FIO E O QUE MAIS PODERIA SER OU SIGNI FICAR AQUI DEBAIXO ENTÃO MIGALHAS DE PÃES AOS PORCOS AOS GRANDES PORCOS QUE SE AGARRAM AS GRADES DAS PAREDES DO MEU PAREDÃO E PAREM TUDO OUÇAM O LATIR DO TEMPO EM NENHUM LUGAR LATEM O TEMPO TODO COMO ENORMES E VERDADEIROS CÃES ATRÁS DA MINHA SOMBRA EMBRIAGADA SOU UMA SOMBRA EMBRIAGADA LATINDO EMBRIAGADAMENTE E POR ONDE ANDARÁ A GRANDE NAU SALVADORA QUE NÃO AVEJO CHEGAR DE NENHUM LUGAR AFUNDADO QUE ESTOU NÃO AVEJO NADA DA NAUAVEJADA? MEU ESPELHO QUEBROU BORRANDO O BATOM DO CUSEMLÁBIOS FAZENDO BIQUINHOS CARINHA DE CHORO QUANDO VOCE PARTIU SEM PROMESSAS DE VOLTA ENTÃO VOU PARA NOITE FERIDO ALVEJADO MINHALMA AMARFANHADA E ESTE CAPÍTULO É PARADIONÍSIO DEUS DO DIA E DA NOITE E OS MEUS DEDOS DOIDOS CANSADOS GRUDAM-SE NAS TECLAS DO PRESENTE COM A ALMA DO PASSADO E É POR ISSO QUE MINHA CABEÇA RELINCHA COMO UM CAVALO SEM ASAS..."

e por aí vai meus camaradas, acho que no ano que vem ,quem sabe, termino isto aqui...vamos todos aguardar né?

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