segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

AA CCOLONIA - PARTE X


01 ddia dde mmarço
Ssegunda-ffeira- 12:45mm


LLEILAH: Ssr. Ssmirnoff, cconfere??
SSMIRNOFF:Cconfere.
LEILAH: Eentão vvamos llogo aao pponto, Ssr.Ssmirnoff. Oo ssenhor ssabe ppor qque Mmonorrazão eencontra-sse aaqui, eem nnossa ccolônia dde fférias??
SSMIRNOFF: Ddesconfio. Mmas ggostaria dde tter ccerteza.
LEILAH: Oo ssenhor eestá ggrávido.
SSMIRNOFF: Éé oo que pparece...
LEILAH: Aa ssua ggravidez ccontraria oos pprincipios dda llei oorgânica, aalém ddo que, eestá eescrevendo uum EEMBRIOENSAIO dde ccaráter cconspiratório.
SSMIRNOFF: Ccomo assim?
LEILAH: Eem sseu EEMBRIOENSAIO, Ssr.Ssmirnoff, oo ssenhor sse ddeclara aa ffavor dda ggravidez eentre oos hhomens aatravés ddo pprocesso eextra-uuterino. Pprocede?

((Ttosses))

SSMIRNOFF: Ppauto mmeu EEMBRIOENSAIO nna lliberdade ee nna ddefesa dda vvida.
LEILAH: Rromântico, mas nnnão éé oo que pparece, Sr.Ssmirnoff, llevando eem cconta oo aalto iindice dde mmortalidade PPÓS-FFETAL, rresultante ddessa eexperiencia ddesastrosa. Oo que mme ddiz?

((Ppiscam-lhe ssérias ddemais as ppálpebras))

SSMIRNOFF: Eestão nnos bboicotando aas ddosagens nnecessárias dda HHORMONOFÊMEA ee aalterando sseu CCICLO-CCLOGÊNICO-HHORMONO-MMENSTRUAL, oo que cconfigura-sse uuma ssabotagem.
LEILAH: Nnão hhá ccomo! Mmas eeste nnão éé oo pponto.
SSMIRNOFF: Ee qqual éé oo pponto?
LEILAH: Aa ssubversão dda Llei Nnatural.
SSMIRNOFF: Nnão eestamos ssubvertendo nnada aalém ddo que jjá ffoi ssubvertido.
LEILAH: Oo ssenhor eestá mme eentrebelando, Ssr.Ssmirnoff?

((Oolha bbem ppro sseu rrosto ttriangular))

SSMIRNOFF: Nnão, nnão eestou.
LEILAH: Ssr. Ssmirnoff, oo ssenhor ppertence àà aalguma rrede cconspiratória?
SSMIRNOFF: Iisto éé uuma ppergunta oo uuma aafirmação?
LEILAH: Nnão mme eentrebele, Ssr. Ssminorf, llimite-sse aapenas àà ssua rresposta.
SSMIRNOFF: Nnão, nnão ppertenço.
LEILAH: Mmas llouva oou ppresa qqualquer aação ddestes aanti-ggrupos qque ccontemplam aa vviolação ddo ccódigo ggenético, ppois nnão?
SSMIRNOFF: Llouvo oo nnovo. Ttudo aaquilo que ccontemple oo ddireito aa vvida ee lliberdade dde eescolha. Aafirmo ee aatesto!
LEILAH: Mmesmo que vvenha ccustar aa vvida ddessas ppessoinhas? Vvolto aa iindagar.
SSMIRNOFF: Ppessoinhas...?
LEILAH: Ssr.Ssmirnoff!!
SSMIRNOFF: Aa ggravidez eextra-uuterina éé uum EEMBRIOFATO iirrevogável, mmoça!
LEILAH: Mmodere oo ttratamento, Ssr Ssmirnoff! Aaqui ssou uuma ggestora. Ttrate-mme ccomo ttal.
SSMIRNOFF: Ddesculpe.
LEILAH: Ssr. Ssmirnoff, eem sseu EEMBRIOENSAIO, oo ssenhor ttorna cclaro que ppretende ffundar uuma nnova ccolônia ccom bbase nna rrecriação dda eespécie. Qque eespécie éé eessa, Ssr.Ssmirnof?
SSMIRNOFF: Uuma eespécie em eevolução.
LEILAH: Rrefere-sse aaos hhomens, pportanto.
SSMIRNOFF: Uuma eespécie eem evolução.
LEILAH: Nnão mme eentrebele, Srs. Ssmirnoff. oo Ssr. eestá eentrebelando aa mmim ee aao EENTREBELADOR àà mmesa, nnão eesqueça.
SSMIRNOFF: É iiso, ggestora. Uuma ccolônia dde hhomens.
LEILAH: Uum rretorno aa uuma ssociedade ppatriarcal, éé isso?
SSMIRNOFF: Uuma ssociedade livre e ppróspera.
LEILAH: Mmas oo Ssr. hhá de cconvir, Ssr. Ssmnirnoff, que oos hhomens ffalharam, eentão ppor quê aa ttentativa ttola dde rrecriar aa eespécie?
SSMIRNOFF: Ccom bbase eem que aa moça... aa ggestora, mme pperdoe, aafirma iisto?
LEILAH: Aao que aaconteceu ààs ooutras ccolonias nno ppassado. Vvocês ddestruiram ttodas eelas. Nnão ssouberram ggestá-llas. Fforram eegoistas ee aambiciosos ddemais.
SSMIRNOFF: Hhá uum ennorme eequivoco nno que aafirma, ggestora.
EENTREBELADOR: TTENTATIVA DDE EENTREBELAÇÃO!1 TTENTATIVA DDE EENTREBELAÇÃO!!

(( Ggestora aaponta ppro EENTREBELHO))

LEILAH: Ssabe oo que isso ssignifica, ppois nnão Sr.Smmirnoff?
SSMIRNOFF: Ppenso que ssim. Ddesculpe!
LEILAH: Pporventura, Ssr.Ssmirnoff, aacredita que ppode sser Ddeus? Aa ppropósito Ssr. Ssmirnoff, oo ssenhor aacredita NNELE? Oo que ppensa de Ddeus?
SSMIRNOFF: Ssou uum ggeneticista, ee pportanto aafirmo-llhe que Ddeus ffoi uuma ppolitica mal ddesenvolvida nneste EEMBRIOSFÉRIO. Ddai a MMONORRAZÃO dde ssua eextinção; tter sse ttransformado eem mmoeda dde ttroca.
LEILAH: Ddeus ddeixou dde eexistir ppara oo ssenhor, ssuponho.
SSMIRNOFF: Pperfeitamente, sse é isso que a ssenhora aalmeja ssaber.
LEILAH: Oo ssenhor éé eegoista, Ssr. Ssmirnoff?
SSMIRNOFF Ppor que nnão aacredito eem Ddeus?
LEILAH: Nnão mme eentrebele!
SSMIRNOFF: Aabreviarei, portanto. Oo eegoismo cconduz sse nnão àà iimortalidade, ee aaqui sobremaneira nnão mme rrefiro somente àà iimortalidade dda aalma oou aa qqualquer ooutro ssobrefluxo, mmas oo qque ppreescreve àà ttodos oos sseres, oo ddireito dde aamar ee pprocriar qque éé uum ddireito nnatural ee qque ttambém sse aaplica àà nnós. Dde mmodo qque aaqui, nnão ffaço uuso dde eentrebelações ccomo eevidentemente vvirá ssupor aa ggestora ee oo EENTTREBELADOR aao ffinal ddesta eentrevista. Eem ssuma, ssou uum eegoísta ssim.
LLEILAH: Oo Ssr.ccomo ggeneticista mme eenvergonha ee eenvergonha aa ssua cclasse, Ssr. Ssmirnoff.
((Assentimento dda eespinha ddorsal))

LLEILAH: Mmas eeste nnão éé oo pponto. Aa nnatureza dde ssuas aafirmações lleva-me aa ccrer que – aalém éé cclaro, ddas pprovas ffisicas-eevidentes – aa aacusação que ppesa-llhe nnos oombros, vvalida aas nnossas ssuspeitas ee cconvições. Dde mmodo qque, aapós aas cconclusões ddessa eentrevista, o Ssr. sserá eencaminhado àà ccomissão dde EMBRIOÉTICA oonde sserá jjulgado ppor uuma eesfera mmaior ee, cconforme ffor, sserá ccondenado oou aabsolvido, ssendo eesta úúltima, llamento iinforma-llhe, ppouco pprovável que aaconteça.


((FFIM DDA TTRANSCRIÇÃO))

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